ícone de categorias deNotícias ícone da data de publicação de 23 de outubro de 2018.
Varejo farma deve fechar o ano de 2018, com um crescimento de 6,6%
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Joscimara Eller Wamser, gerente de Relações de Fornecedores de Informação de Close-Up International
Dados recentes da Close-Up International, referentes ao período MAT 06/18, mostram que o comércio farmacêutico vai crescer apenas um dígito em 2018, na casa dos 6,6% em reais, com desconto, ao contrário dos últimos anos, em que o desempenho passado de um 10%. Apesar disso, de acordo com a gerente da Relação de Fornecedores de Informação de Close-Up International, Joscimara Eller Wamser, ainda é um bom resultado, sobretudo tendo em conta o fraco crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que deve limitar-se a um 1,44%, de acordo com as previsões do mercado financeiro. Em uma entrevista para a Revista da Farmácia, Joscimara diz que “as melhorias na gestão e na organização dos processos, ao longo do tempo, vão fazer a diferença no negócio”. Leia abaixo.
Revista de Farmácias: a categoria de medicamentos, que o segmento se destaca?
Joscimara Eller Wamser: de Acordo com a classificação da Close-Up International, líder em crescimento da categoria são os produtos mais Exclusivos, com 21,6%, seguidos dos Genéricos, com 14,4%, e os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP), com 9,9%. Já que os medicamentos de Marca, que são aqueles em que a indústria farmacêutica trabalha visita médica, cresceram 5% e representam 34,4% do total em reais com desconto na variação dos últimos dois anos.
RF: Quais são os produtos mais Exclusivos e as oportunidades que podem gerar para o varejo?
Joscimara: Os produtos classificados como únicos são aqueles que apresentam características únicas, como a dose, o número de comprimidos, volume, sabor, etc., representando cerca de 2.900 Sku, com uma participação de 8,7% do mercado em reais, com desconto. Esses produtos, por não ter um concorrente direto, têm a oportunidade de avaliar melhor, sofrendo menor influência de descontos, ao contrário do que ocorre no mercado de genéricos. O varejo farma deve analisar de forma proativa o giro desses produtos na área de atuação dele e de incluí-los em carteira como forma de gerar diferenciação, já que, como não podem ser substituídos, na falta deles, a farmácia pode perder a venda do item ou de receita como um todo.
RF: na categoria de Não-Medicamentos tem uma importante participação no comércio farma? Como ela tem vindo a crescer e em que se destaca?
Joscimara: categoria formada por produtos de higiene, beleza, alimentos e correlatos, apesar de participar com 31,5% das unidades e 26,3% em reais, com desconto, tem sentido com maior força da crise económica. O consumidor passou a ser mais cuidadoso na escolha das marcas, o que fez com que esta categoria tem uma redução em seu preço médio em relação aos medicamentos, com um crescimento de 1,4%. Grandes marcas, como a LÓreal, J&J, P&G, Unilever, Nestlé e a Kimberly-Clark, concentram 37,1% das vendas reais, com desconto. Os três mercados mais importantes deste segmento são emolientes/protetores solares, fraldas para crianças e fórmulas pediátricas, destaque para esta última categoria, que cresceu 19,8%, enquanto que, dos 20 artigos mais vendidos no comércio farma, cinco são fórmulas infantis. Os medicamentos não são uma categoria à venda no varejo farma e uma excelente oportunidade de crescimento para as farmácias independentes, que podem e devem aproveitar esse mercado.
RF: As grandes redes estão em franca expansão no Brasil. Qual é o impacto sobre os pequenos negócios?
Joscimara: As grandes redes representam o 53,1% do total das vendas Reais, com desconto, seguidas pelas farmácias independentes, com 24%, e as farmácias vinculadas ao voluntariado, com 12,9%. Já o crescimento das grandes redes se baseia fortemente na abertura de novos pontos, procurando garantir a ocupação dos espaços nos grandes centros e na busca de novos mercados em cidades com menos de 100 mil habitantes. É necessário que o pequeno comércio varejista, entenda a importância da profissionalização para manter sua competitividade no mercado, trabalhando fortemente na tríade “pessoas, o mercado e os processos”. O que a empresa vende tem que estar em sintonia com quem compra. Então, cada vez mais, a tomada de decisão para a composição da carteira deve estar pautada em cima de fatos e dados, procurando evitar a ruptura em consonância com uma condução adequada ao cliente. Para fechar este ciclo, é necessário promover ações que trabalham as competências da equipe, já que é fundamental para gerar processos, produtos e serviços de valor, que possam ampliar e manter clientes satisfeitos.
RF: Como a farmácia independente pode competir com um mercado cada vez mais concentrado? A oferta de serviços também vem crescendo, muitas farmácias já cobram para medir uma pressão ou para medir a glicose no sangue. Este é um caminho?
Joscimara: As farmácias independentes estão instaladas, em sua grande maioria, em bairros ou cidades de menor porte, o que lhes dá a vantagem de conhecer melhor o público, as relações familiares e os hábitos de consumo. Mas isso só se torna uma vantagem competitiva a partir do momento em que a criança passa a fazer a gestão do seu negócio, com foco no cliente, sem perder o foco “do” cliente. Quantas vezes, no último ano, você entrou em sua loja, prestando atenção aos detalhes, como a manutenção da fachada, a disposição dos produtos nas gôndolas, atendimento dos funcionários, a limpeza, a impressão de que o quadro está deixando o consumidor, entre outros. Como o conhecimento do farmacêutico está sendo aplicado? Depois de tudo, ele é um grande influente dentro do ponto de venda e pode apoiar os tratamentos multidisciplinares, prestando serviços farmacêuticos diversos, como a medição de glicose no sangue, pressão arterial, teste os níveis de colesterol, colocação de brincos, atenção farmacêutica. Portanto, a melhoria na gestão e na organização dos processos, ao longo do tempo, vão fazer a diferença no seu negócio. O canal do associativismo, por exemplo, cresceu, na variação dos últimos dois anos, acima do mercado, na ordem de 11,1%.
RF: Quais são as expectativas de bloqueio para o canal farma em 2018 e as projeções de crecimiento para o ano de 2019?
Joscimara: O ano de 2018 está sendo marcado pela greve dos caminhoneiros, que impactou negativamente na economia, aliada à redução do processo eleitoral, o que faz com que o mercado financeiro se torne instável. Para este ano, prevemos crescer 5,2% em unidades e 6,6% em reais, com desconto. Em 2019, o setor deve crescer 5,5% em unidades e na ordem de 7,1%, em reais, com desconto. Os medicamentos de prescrição, serão menos afetados por mudanças na economia e ganham participação no mercado. Os genéricos continuam como regulador de crescimento do mercado em 2019, assim como nos próximos anos, tendo em conta que o envelhecimento da população favorece o aparecimento de doenças crônicas.
Por Viviane Massi (Revista da Farmácia).
Por: Viviane
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Fonte: ascoferj.com.br/notícias/varejo-farma-deve-fechar-2018-com-crescimento-de-66