Indústria,
o comércio e os serviços estão muito longe de estar preparados para atender os idosos. É
o que mostra a análise dos dados da pesquisa feita com duas mil pessoas, entre
60 e 75 anos de idade, em todo o país, 21% em Rio de Janeiro —consultoria
especializada SeniorLab. Quase a metade (48%) dos entrevistados já se deu conta
alguém tentando passá-la para trás. Quase um terço (32%), também se
ressente-se de impaciência no atendimento.
No
esteira da falta de preparação, as empresas não respeitam tanto o Código de Defesa do
Consumidor (CDC), como o Estatuto do Idoso, sem se dar conta do potencial de
consumo dessa faixa de idade que a soma de 28 milhões de brasileiros. Em 2031, o
número de pessoas com mais de 60 anos vai ultrapassar o dos jovens, chegando a
43,3 milhões. Entre os entrevistados na pesquisa da SeniorLab, 82% disseram que não.
depender da ajuda de outra pessoa para viver.
A
falta de preparação para a atenção deste público é flagrante nos
supermercados, o lugar mais frequentado pelos idosos. A pesquisa aponta
dificuldades para ver as etiquetas (45%), entender a informação nas embalagens
(46%) e recolher os produtos nas prateleiras (33%). — O velho vai muitas vezes ao
o mercado, porque há pequenas compras em geral em local mais próximo de você
de casa, e só aceita o que pode levar — diz Martin, Henkel, fundador da
SeniorLab. A assistente social aposentada Maria de Lourdes Andrade, de 79 anos,
diz viver todas as dificuldades apontadas pelo levantamento, em sua vida cotidiana,
que inclui visitas ao supermercado, ao menos, quatro vezes por semana.
—
As cores das embalagens devem ser diferentes para aumentar o contraste e
facilitar a leitura — diz a aposentada. —Eu prefiro comprar em lugares onde os
atenção, já me conhecem. Onde sou mal atendida, eu não volto.
MAIS
VULNERÁVEIS
Maria
Lourdes foi vítima de um golpe de estado aplicado por um vendedor de rua que lhe
custou o pagamento de mais de r$ 300 no cartão de crédito. Apesar de ter
recorrido ao banco e ao Procon, ela conta que não conseguiu cancelar a compra
nem identificar o fraudador. Na avaliação da Henkel, o percentual de pessoas idosas que
mencionou ter sofrido golpes ou tentativas é alto, precisamente pela importância de
a atenção a este grupo: — O velho avalia se o serviço é atencioso
e se houver uma relação de confiança entre as pessoas.
São
características que a tornam mais vulnerável. Os golpistas e fraudadores fazem uso
simpatia para ganhar a confiança e aplicar o golpe. De acordo com o economista
Ione Amorim, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a maior
parte dos golpes contra as pessoas mais velhas são bancários: —A dificuldade de interagir com
plataformas virtuais e outros sistemas faz com que os criminosos se aproveitam dos
as pessoas mais velhas quando estão sozinhos através da oferta de ajuda. Para o
o diretor executivo da Associação Brasileira da Relação com o Cliente
(Abrarec), d. Dinis Moreno, hoje em dia, a preocupação principal é agilizar o
atenção pare reduzir o risco de choque: — Quanto mais tempo o velho encontra-se em um
site para fazer uma compra, mais popups começam a surgir. Se você demorar muito
no banco ou para sair do estacionamento do centro comercial, também mais exposto está a
os golpistas.
ChristianeCavassa Freire, coordenadora das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva deDefesa do Consumidor do Ministério Público do Rio (MPRJ), lembra que o mais velho,pelas peculiaridades de idade, é considerado um consumidor hipervulnerável: —Impor ao consumidor produtos inadequados ou não lhes dão informações, de maneira que se entenda completamente o que está contratando ou comprandocaracterizam prática abusiva. O respeito às condições de saúde e idade estãoprevistas, tanto no Código de Defesa do Consumidor, o Estatuto do Idoso.
Fonte: Mundo
Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2018/12/17/publico-em-expansão-idosos-sofrem-como-clientes