Mônica Scaramuzzo
A indústria farmacêutica produtora de genéricos se mostra otimista com a recuperação do crescimento a partir de 2019. Telma Salles, presidente da Pró-Genéricos, entidade que representa os laboratórios, disse que os desafios do setor passam pela redução da carga tributária e a ampliação do acesso aos medicamentos, as bandeiras defendidas pelas indústrias nos últimos anos. De acordo com ela, as indústrias continuam comprometidas a fazer investimentos, mas é preciso maior previsibilidade para que as empresas possam pensar o País a longo prazo. “O consumidor brasileiro paga muito imposto para comprar o medicamento. É preciso reduzir a carga tributária”, afirmou a executiva.
Qual é a principal agenda de discussão das indústrias produtoras de genéricos? Estamos depositando nossas expectativas em uma agenda positiva para o setor. Batalhamos por um marco regulatório previsível para assegurar que os investimentos não sejam desperdiçados e pela ampliação do acesso aos medicamentos. O Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) não pode ficar de fora dessas discussões. Carregue sempre o martelo nessa questão.
A entidade participou ativamente das discussões políticas?
Participamos por meio de uma comissão do setor para a saúde. Não falamos de agenda com candidatos especificamente.
Houve um movimento de concentração do setor, em um passado recente no País.
Acabou-Se o interesse de investir em ativos no Brasil?
Não vejo desta forma. Eu acho que nós temos empresas bem consolidadas no Brasil, mas o custo é muito alto. As empresas estão dispostas a manter seus investimentos, de 6% a 9% de seu faturamento no Brasil em medicamentos. Há um maior movimento para desenvolver os biossimilares.
Quais são os principais desafios para o ano de 2019?
A discussão da saúde como um todo tem que estar na agenda política. A ampliação do acesso aos medicamentos é uma pauta que sempre falamos. Afinal, a saúde é a prevenção.
As vendas de medicamentos deste ano superaram as do ano passado?
De janeiro a setembro deste ano, o mercado de medicamentos genéricos registou vendas de 1,3 milhões de unidades. Este volume representa 11% de crescimento sobre o mesmo período do ano passado. Nos 12 meses até setembro, foram vendidos mais de 1,2 milhões de unidades de genéricos no país, alta de 11,78% em relação ao período anterior. O market share dos genéricos fechou setembro em 33,42% de participação do mercado total.
Fonte: Jornal o Estado de S. Paulo
Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2018/10/29/consumidor-paga-muito-imposto-para-comprar-medicamentos