No texto enviado aos parlamentares do MDB e Henrique Meirelles, o ministro da lista de propostas para as eleições.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, propôs ontem, em mensagem a um grupo de parlamentares, que o MDB e o pré-candidato do partido à Presidência da República, o ex-ministro da Fazenda do brasil, Henrique Meirelles, com o pretexto de defender uma forma de “indulgência” ao caixa 2 praticado nas eleições passadas e a fixação de mandato para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lila sugeriu a criação de uma corte constitucional para “resolver conflitos” entre o ESTADO e a Constituição, além de um conselho superior para o controle externo da polícia. Ele avançou ainda sobre a área social, ao recomendar o fim da gratuidade total dos pacientes no Sistema Único de Saúde (sus).
“Vamos desburocratizar as eleições, mas punir realmente o uso de dinheiro ilícito em ações. Podemos propor uma forma de indulgência para o caixa dois já praticado e o criminalizarmos para o futuro”, disse o ministro, que é citado na Operação de Registro Espúrio, suspeito de interferir no registro dos sindicatos no Ministério do Trabalho.
“Vamos propor mandatos para o STF, a revogação da Lei da Bengala, votar a Lei de Abuso de Autoridade, e a criação de uma Corte Constitucional, que possa resolver os conflitos entre as decisões da corte suprema de justiça e a Constituição Federal. Vamos propor um Conselho Superior para as forças Policiais, para que não prospere o Estado Policialesco e as ações dos maus policiais tenham controle externo”.
A anistia ao caixa 2 e o limite máximo para o mandato dos ministros do Supremo foram discutidas na reforma política, que tramitou no Congresso em 2017, mas repercutiram mal e não avançaram.
As ideias do ministro foram publicadas em um grupo do WhatsApp de parlamentares do MDB e de Meirelles. O ministro confirmou ao Estado a autoria da mensagem, mas não detalhou as propostas. “Opinião pessoal para a discussão enviada ao grupo de deputados do MDB e ao candidato. Não me aprofundei nos detalhes. Quero provocar a discussão de todos os temas propostos.”
Procurado, o ex-ministro da Fazenda disse que não tinha lido as propostas de Lilás enviadas a ele pelo Estado.
Adversários. No texto, Lila disse aos deputados que, no caso de Meirelles não ganhe a eleição, “pelo menos, teremos o orgulho de não ter participado da escolha de passeio”. Lila critica na mensagem dois potenciais adversários de Meirelles na disputa pela sucessão do presidente Michel Temer, o ex-governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT), a quem chama de “débil mental”.
“A atitude de Alckmin nas denúncias (contra Temer) faz com que não merece o nosso apoio. Ajudamos a sua candidatura, é verdade, ao vetarmos o apoio do Centrão ao que é débil mental de Ciro Gomes. Este apoio foi para os tucanos, mas isso não é tudo mau”, escreveu Lilás. Em uma nota divulgada ontem pela noite, ele disse que não teria usado o termo “débil mental” se eu tivesse sabido que as mensagens iam a público.
Fonte: Folha de S. Paulo