ícone de categorias deNotícias ícone da data de publicação em 26 de novembro de 2018.
Nielsen mostra que mais de 15 milhões de famílias entraram em crise em 2018
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A nova edição do 360 ° Consumer Pagamento, realizado anualmente pela Nielsen, a maior empresa de gestão de informação, identificou-se que dos 15 milhões de lares brasileiros entraram de novo em crise, em 2018, o que eleva o total de lares afectados por 27 milhões. Foi concluído o estudo que as famílias estão vivendo essa insegurança em looping nos últimos três anos, enfrentando o desemprego, a inadimplência e as dificuldades orçamentais.
O 360º Consumer View é o maior e mais completo estudo para entender as tendências no comportamento do consumidor brasileiro. Pela primeira vez, a visão do consumidor foi complementada pelas perspectivas, também, do comércio e da indústria.
A porção que permanece imune à crise, com um montante de 14 milhões de lares, estável em 26% do total da população a partir de 2017. Além disso, a análise mostrou que 12 milhões de famílias conseguiram sair dela, em 2018. A conclusão mais importante é que, apesar do número significativo de famílias que saem, os que entraram representam a maior parte das famílias, reforçando o cenário de loop, o que gera incertezas e dificuldades de forma mais duradoura. Essas famílias que estão em um ciclo vicioso, de acordo com a Consumer 360º, têm um nível sócio-económico médio, com as crianças e são afetados pelo desemprego e queda na renda.
“Há um novo consumidor no Brasil. Ele é mais cauteloso, há mais trabalho, já que não sabe como será seu futuro. A crise é muito dura, e deu forma a este novo comportamento”, afirmou o diretor do Painel de Lares da Nielsen Portugal, Ricardo Alvarenga. “Desta forma, este quadro oscilante lançou um novo padrão de consumidor, que está mais aberto à mudança de marcas, a busca de receitas alternativas, recorre ao crédito no mercado para ganhar poder de compra e amplia o número de canais de compra que visita, tudo para que se ajuste a um orçamento restrito”, complementa o profissional.
Dentro do grupo das famílias que entraram em crise, 38% passaram a mudar de marcas, 22% foram reduzidas as despesas, 67% estão em débito no seu cartão de crédito em 12% recorreram ao crédito consignado. Além disso, a porção que tentou alternativas de renda chegou a 68% este ano, contra 58% em 2017. Entre as opções procuradas estão babás, diaristas, caminhantes dos animais domésticos, os condutores de aplicações de mobilidade urbana, vendedores de catálogo de venda direta e da comida caseira.
A prova de que estas famílias vivem a instabilidade de forma cíclica, é que mesmo aquelas que saíram da crise e hoje em dia não são afetadas pelo desemprego e/ou contas a receber, contas também mudam de comportamento, ou seja, 36% continuam a mudar de marcas, 64% estão com dívidas no cartão de crédito e 24%, utilizando a folha de pagamento.O estudo projeta-se ainda, para o ano de 2018, uma contração de 1,6% 2,4% no faturamento das categorias de bens de consumo auditadas periodicamente pela Nielsen, entre elas, a higiene e a beleza. Apesar da negativa, o desempenho indica que será melhor do que o verificado no ano anterior, com uma queda de 3,8%.
“Esta situação de entra e sai, é muito difícil. O brasileiro tem que planejar mais, fazer mais contas para conseguir adaptar o seu orçamento”, afirma Alvarenga. “Como ele está em um loop, não recolhe os padrões de consumo anteriores, pois não sabe se a sua situação vai melhorar ou piorar”, acrescentou.
O Consumer 360º identificou que a indústria também se moldou, deixando para trás as ações reativas de curto prazo e dando espaço a propostas mais estratégicas com o objectivo de criar valor no longo prazo. Com este raciocínio, as táticas convencionais de preço e promoção que se mantiveram, no entanto, a indústria tem investido em novas ofertas de valor agregado, atendendo a demanda dos consumidores por produtos ricos e funcionais, que cresceram 5,2% e 1,4%, respectivamente, frente à queda de 4,3% no práticos e 4% para os básicos.
“Pode parecer um paradoxo, mas não é. O consumidor está em crise, mas reluta em diminuir o seu nível de vida. Procurar todas as alternativas possíveis para tentar manter o seu bem-estar. E, como algumas indústrias se adaptam a esta realidade, se encontra com produtos com benefícios adicionais, como os mimos e funcionais, com tamanhos, embalagens ou marcas acessíveis”, diz o profissional.
Da mesma forma, o varejo também procura atender as diferentes missões de compra do novo consumidor, buscando caminhos para uma experiência cada vez mais personalizada e, portanto, mais satisfatória. Por meio da abertura de lojas nos formatos mais definidos, oferecendo serviços e o uso da tecnologia em favor de um melhor relacionamento dos clientes com o espaço físico, os varejistas tentam cumprir este desafio e crescer.
E o que esperar de 2019? A indústria e o comércio, neste contexto, devem atuar em parceria para aceder a esse consumidor, que está em constante mudança, de forma mais proativa e estratégica. “Não há mais espaço para esses dois gigantes do mercado de agir de forma reativa, com ações exclusivamente táticas e relacionadas com o preço. Isso, além de afetar as margens de curto prazo, não ajudará o brasileiro a compreender os benefícios e o posicionamento das marcas com as quais se relaciona”, disse Alvarenga.
Para o próximo ano, o estudo mostra que o consumo continuará com o impulso de um desembolso mais qualificado, com o desejo de ser impactado de maneira relevante e individual por suas marcas favoritas da indústria e varejo, mas, acima de tudo, levando todo o aprendizado que teve nos momentos difíceis, que ainda enfrenta.
Sobre o estudo – O 360º Consumer View é um estudo* realizado a partir de 2013 no painel domiciliar da Nielsen Portugal, composta por 8.240 casas. A análise reflete a realidade de 53 milhões de famílias e busca entender as tendências das receitas, as despesas e o comportamento de consumo, ou seja, o share of wallet (parte do pressuposto de que o consumidor investe para uma categoria de despesa específica) das famílias brasileiras.*a edição de 2018 foi aplicada no mês de junho
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Fonte: ascoferj.com.br/notícias/nielsen-mostra-o-que-15-milhões-de-casas-entrou-em-crise-no-2018