Grupo faz o plano para a demência no Brasil ” Panorama Farmacêutico – Imã de geladeira e Gráfica Mavicle-Promo

O rápido crescimento da população idosa em Portugal acendeu um alerta para um problema comumente associado ao envelhecimento: a demência. Para desenvolver estratégias para o diagnóstico e a assistência aos pacientes, um grupo que reúne cientistas, governo, profissionais de saúde e pacientes está trabalhando na elaboração do Plano Nacional para a Demência no Brasil, previsto para ser finalizado em dezembro de 2021.

 

“Nosso objetivo é aumentar o conhecimento da população sobre o tema, fazer uma avaliação do que já existe com foco na demência, tanto no setor público como no privado, e estudar os custos desta estratégia de cuidado”, explica a psiquiatra Ernesto Ferri, coordenadora do projeto de Fortalecimento das Respostas à Demência nos Países em Desenvolvimento (Stride).

 

O projeto é liderado pela London School of Economics and Political Science e fechou uma parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no final do ano passado.

 

Pesquisas já apontam que, quanto maior o grau de escolaridade, mais tarde, os sinais de demência aparecem. E este será o ponto de partida do trabalho. O grupo vai elaborar estratégias para oferecer informação para a população e os profissionais sobre o tema, analisar pesquisas sobre o tema desenvolvidas no País e estabelecer meios de fazer a estimulação cognitiva das pessoas mais velhas.

 

“No Brasil, grande parte do custo da demência vem do cuidado informal para as pessoas que deixam de trabalhar para cuidar de idosos. Em outros países, há um número razoável de instituições de longa permanência com suporte público”, diz Ernesto.

 

Foi o que aconteceu com a pedagoga Sheila Tabajuihanski, de 58 anos, que há cinco anos, descobriu que sua mãe estava com demência e se deu conta de que os profissionais de saúde e das próprias famílias não estão preparados para a situação.

 

“O médico deu o diagnóstico de mal de Alzheimer em uma consulta de 15 minutos, sem saber mais detalhes sobre o quadro de minha mãe. No início, mesmo com o acordo, não sabíamos a quem recorrer. Fomos a um geriatria particular que, depois de meses, ela disse que tinha outro tipo de demência por corpos de Lewy, muito associada à idade”, conta.

 

No início, conta Sheila, a mãe, Bayla Tabajuihanski, de 84 anos, tem havido mudanças apenas de comportamento. Com o tempo, foi acumulando perdas cognitivas e motoras. Hoje em dia, não pode comer nem tomar banho sozinha e precisa de ajuda para caminhar.

 

Sheila deixou de trabalhar pela manhã para cuidar da mãe e, no período da tarde, conta com a ajuda de uma empregada. Somando fraldas, medicamentos, alimentação e limpeza, a família gasta cerca de R$ 6 mil por mês com os cuidados da velha senhora.

 

“Com toda a minha formação, eu não estava preparada para o envelhecimento de minha mãe daquela forma, e não tinha uma visão do Brasil com demência, mas hoje eu sei que são muitos os casos e tem gente que nem tem o diagnóstico”. Segundo Ernesto, 1,7 milhões de pessoas têm algum tipo de demência no País e

77% não têm o diagnóstico.

 

As buscas. A iniciativa de criação do plano nacional integrou um simpósio realizado neste mês, em que foram apresentadas as pesquisas desenvolvidas pelos brasileiros, financiadas pelo Instituto de Saúde Global do Cérebro (GBHI) e pela Associação de Alzheimer.

 

Uma delas é a do neurologista do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais Elisa Resende, que avalia a alfabetização de adultos pode contribuir para a redução do risco de demência. “Se a gente possa provar que o programa de alfabetização vai evitar ou diminuir os casos de demência), pode ser uma estratégia de prevenção, que é barato.”

 

Outro é o da estudante de doutorado da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), Maira Okada de Oliveira, que desenvolve um método para o diagnóstico de analfabetos. “Quando se avalia um paciente que apresenta um baixo desempenho na avaliação neuropsicológica, é difícil de entender se ele teve esse desempenho por não ser escolarizado ou se está com algum declínio cognitivo.”

 

Procurado, o Ministério da Saúde informou que o Brasil é parte do Observatório Global de Demência e que se encontra em fase de recolha de dados. Disse, também, que oferece assistência a pacientes com mal de Alzheimer.

Fonte: O Estado de S. Paulo

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Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2019/04/29/grupo-faz-plano-para-demência-no-brasil

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