Explosão na Replan provoca reflexos na venda de gás de cozinha e a oferta do produto cai 30%, diz sindicato
Distribuidoras da região de Campinas recebem o produto de outras refinarias. Em Mogi Mirim, há comerciante produto apenas para esta quarta-feira.
Os dez dias de paralisação da Refinaria de Paulínia (Replan) após a explosão de um dos setores de produção provoca reflexos nas revendas de gás de cozinha da região de Campinas (SP). De acordo com o Sindicato dos Revendedores de Gás de Cozinha do Estado de São Paulo (Sindirevendas), como o GLP começou a ser fornecidos por outras refinarias, a oferta na região caiu para 30%.
Em Mogi Mirim, um distribuidor acostumada a comercializar 800 garrafas por semana tinha apenas 23 cheios de quarta-feira (5).
“Essa quantidade que eu tenho aqui, o trabalho de mais de duas horas. Infelizmente, a gente vai ter que se virar com o que tem. Se você não tem (gás), vamos ter que fechar as portas”, lamenta o diretor Bruno Eric Martin.
Uma situação semelhante passa a comerciante Ana Paula de Souza, também de Mogi Mirim (SP). Dos 700 botijões entregues durante toda a semana, chegaram a apenas 300.
“Quase nenhuma distribuidora da cidade está tendo gás, acho que dura até o dia de hoje no fim da noite ou até amanhã (quinta-feira) pela manhã. Não sabemos o que vai acontecer. Eles falam não tem previsão de entrega, previsão de nada.”
A Petrobras informa que, “devido à indisponibilidade temporária de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) para a entrega da Refinaria de Paulínia, para as distribuidoras, foram postos à disposição de outros pólos de entrega deste produto em volumes suficientes para o atendimento ao mercado”.
O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informa que, devido ao acidente ocorrido na Replan, ainda há uma falta de GLP em algumas distribuidoras, no entanto, o abastecimento será normalizado a partir do sábado (8), de acordo com a informação recebida pela Petrobras.
Produção afetada
Após a explosão seguida de um incêndio que ocorreu no dia 20 de agosto, a Replan, continua no processo de normalização da produção. De acordo com a Petrobras, a normalização de todas as unidades não afetadas na ocorrência segue cumprindo o cronograma informado à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), cujo prazo final estipulado para até 23: 59 de quarta-feira (5).
Segundo a empresa, a visita do Ministério Público do Trabalho (MPT), foi concluída nesta quinta-feira (6), mas de toda a documentação solicitada pelo órgão já foi solicitada.