Centrais nos terminais cobrem a falta de medicamentos nos postos da Capital (Foto: Divulgação/PMF)
Em pouco mais de um ano, as sete novas Centrais de Distribuição de Medicamentos da Prefeitura de Fortaleza, já atenderam mais de 47 mil pacientes. Localizadas em sete terminais de ônibus da Capital, as unidades atendem sob demanda da população e buscam dar apoio às farmácias de 112 postos de saúde de Fortaleza.
“Havia uma demanda muito grande por parte da população, por falta de medicamentos”, explica a secretária de Saúde de Fortaleza, Joana Maciel. “Em 2017, a Prefeitura colocou isso como prioridade: Criamos um diagnóstico, vimos quais eram as causas e vimos que em muitos casos eram por questões logísticas: Tinha o remédio em um lugar, mas a falta no outro”.
A partir da constatação do problema, a gestão de Roberto Cláudio (PDT) passou a instalar farmácias nos terminais, que “cobrem” postos em caso de ausência de um dos 84 remédios prioritários na distribuição no Município. A primeira, instalada no Terminal Antonio Bezerra, começou a funcionar no final de agosto do ano passado e já atendeu 8.837 pacientes.
Somadas, as sete unidades já foram respondidos 47.012 em doze meses, entre outubro de 2017 e o final de setembro deste ano. A unidade com maior procura é o de Terminal de Siqueira, que já atendeu 10.519 pacientes a partir de novembro de 2017. A informação tem base no levantamento do POVO de Dados junto à Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O pico da distribuição foi realizada entre dezembro de 2017 e abril deste ano, quando foram atendidos 39.491 pacientes média de 7.898 por mês. De acordo com Joana Maciel, a demanda caiu após este período, já que os próprios postos de saúde têm conseguido “manter” a procura. “A ideia de que as centrais é não deixar faltar remédio nos postos, que é onde a população vai primeiro”.
Três milhões de remédios
Nesses mesmos doze meses de funcionamento, as farmácias de terminais já distribuíram 3.032.818 remédios em Fortaleza, dentro da lista de 84 remédios “prioritários” fixados pela Prefeitura. “São medicamentos para a pressão alta, diabetes, dores. Tudo de atenção primária, seguindo nosso seguimento de patologias por região do município”, explica Joana.
Atualmente, o sistema opera sob demanda: O paciente que não pode obter um medicamento no posto mais próximo de sua casa, você pode reservar uma entrega em qualquer farmácia do terminal. “O paciente ou qualquer familiar ou amigo, tem até dois dias para ir para guardar este medicamento sem o risco de perder a reserva”, explica a secretária.
Este modelo de operação, mais de 73,1 mil pacientes já foram reclamado remédios das centrais dos terminais entre outubro de 2017 e setembro deste ano. 26,1 mil, no entanto, não participaram das unidades para resgatar os medicamentos e perderam a reserva.
A Disputa política
Iniciado pouco depois da reeleição de Roberto Cláudio (PDT), o programa de distribuição de medicamentos nos terminais de Fortaleza foi “produto” da disputa eleitoral de 2016 no Município. Durante a campanha, a falta de medicamentos nos postos de saúde foi um dos pontos mais criticados pelo adversário do prefeito na disputa, o deputado federal eleito Capitão Wagner (Pros).
Em um dos momentos mais tensos da disputa, Roberto Cláudio, chegou inclusivamente a gravar um programa da propaganda eleitoral dentro de uma das centrais de distribuição de medicamentos da Prefeitura. Até o dia de hoje, as deficiências na entrega de medicamentos motivam vários pronunciamentos da oposição na Câmara Municipal de Fortaleza.
Fonte: O Povo