A cura das células | Panorama Farmacêutico – Imã de geladeira e Gráfica Mavicle-Promo

Cresce o uso de células retiradas dos próprios pacientes para tratar doenças como a artrose, lesões articulares, o câncer e a incontinência urinária

O estudante Lucas Daniel Silveira Santos, de 30 anos, sempre foi do tipo atlético. Jogador de basquete desde os onze anos, já passou pelas categorias de base do Esperia e o Paulista, dois tradicionais clubes paulistas. Em fevereiro, ele sofreu uma lesão no joelho durante uma partida e teve que abandonar as quadras por causa de dores. Semanas depois, estava em um protocolo de tratamento estabelecido pelo Hospital israelita Albert Einstein, em São Paulo, para se recompor do dano, utilizando-a como remédio às suas próprias células. Hoje em dia, com a ajuda da fisioterapia, ganhou a confiança para andar de novo, não sente mais dor e está pronto para voltar ao jogo. “Eu vou estar em campo no próximo ano”, conta.

O tratamento que Lucas foi enviado, é um dos exemplos de um caminho seguido pela medicina, que tem por objetivo encontrar a cura dentro dos recursos próprios do organismo. É chamado de terapia celular. No seu caso, foram extraídos dos condrócitos (células produtoras de colágeno), cultivadas em laboratório e de novo injetados em seu joelho. Desta forma, tornam-se peças de reposição para substituir as que estão danificadas, não funciona ou funciona precariamente. “Os resultados são muito encorajadores”, afirma o especialista Moisés Cohen, Albert Einstein.

Outros meios utilizam células-tronco adultas (capazes de se transformar em células de diferentes tecidos) extraídas do paciente ou retiradas de tecidos doados por outras pessoas. O objetivo é cultivar as células-tronco em laboratório e estimulá-las a se especializar em células que você deseja. Por exemplo, nas células do sangue, ósseas ou musculares. No Grupo de Joelho do Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Universitário Cajuru, no Paraná, os médicos estão usando células-tronco de cordão umbilical de doador como matéria-prima do tratamento para a artrose de joelho ou perda da cartilagem da articulação. “Depois de uma análise em laboratório e a multiplicação das células no laboratório, são implantados na lesão da cartilagem do joelho, promovendo a sua reparação”, explica o especialista Fabiano Kupcizik, chefe do serviço.

Células-tronco, também começam a ser explorados em experiências para aliviar a dor crônica – são implementadas nos ossos ou músculos lesionados – e, mais recentemente, para controlar a incontinência urinária por esforço na mulher. Um estudo pioneiro em Portugal está a levar a cabo no Hospital Albert Einstein, com este objetivo. A incontinência de esforço é a perda de urina que ocorre ao tossir, espirrar, andar, correr ou saltar. É o tipo mais comum de incontinência – sua incidência varia de 15% a 35%, especialmente na faixa de idade entre os 45 e os 65 anos – e provoca um importante impacto social e emocional na vida das pacientes.

Realizado em conjunto com especialistas da Universidade Federal de São Paulo e do Laboratório Stemcorp, especializado na célula mãe, e iniciado há cinco meses, o tratamento foi aplicado até agora, em dez mulheres. As células-tronco são retiradas da medula óssea dos participantes. Cultivadas em laboratório, são posteriormente injetado na uretra. A ideia é que a reintrodução das células-tronco, agora em número muito maior, contribua para a restauração dos músculos, os nervos e os vasos, as estruturas que podem estar danificadas, principalmente em razão de partos vaginais ou lesões do assoalho pélvico. As primeiras observações indicam que está dando resultados. “A primeira paciente não está perdendo urina”, afirma o ginecologista Rodrigo de Castro, do Hospital Albert Einstein.

Reposição de peças

O estudo dos efeitos da terapia celular avança no tratamento de diversas doenças. Entre elas:

Ortopedia dos Condrócitos (células produtoras de colágeno) ou células tronco (susceptíveis de ser transformados em uma variedade de tecidos) extraídas dos pacientes são multiplicadas em laboratório. Depois, voltam a injetadas para o tratamento de lesões nas articulações

Ginecologia Células-tronco são retiradas de pequena amostra de músculo da coxa da paciente e cultivadas em laboratório. É injetada na área do assoalho pélvico, podem reduzir os episódios de incontinência urinária

Oncologia Melanoma (o tipo mais agressivo de tumor de pele)em Linfócitos de pacientes com a doença são colocados, em laboratório, em contato com o tecido tumoral. Desta forma, podem-se identificar e atacar o tumor com maior eficiência quando reinjetados

Leucemia Linfóide

Aguda e alguns tipos de linfoma

Os linfócitos T são extraídos do paciente e modificados geneticamente para reconhecer e destruir as células tumorais, assim, que sejam reintroduzidos

Nefrologia Está em montagem no Hospital Albert Einstein, estudo sobre a eficácia de células-tronco na recuperação dos rins.

Fonte:

Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2018/10/01/a-cura-das-celulas

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