23andMe vai entregar o DNA de seus usuários para o gigante farmacêutico | Panorama Farmacêutico – Imã de geladeira e Gráfica Mavicle-Promo

A empresa, que foi criada com dinheiro do Google e lançou o primeiro serviço de análise genética para o público em geral, vai compartilhar o DNA de 5 milhões de pessoas com GlaxoSmithKline.

A 23andMe surgiu há dez anos, e foi a primeira empresa a oferecer uma análise de ADN ao público em geral. Bastava enviar uma amostra de saliva, por correio, para a empresa que cobrava US$ 1.000 pelo serviço e revela várias características do genoma de uma pessoa, incluindo a sua propensão a determinadas doenças (leia reportagem postado por SUPER na época). A 23andMe foi fundada graças a um investimento de Google, com quem sempre manteve laços estreitos – sua primeira e única CEO, Anne Wojcicki, estava casada com Sergey Brin na época da criação da empresa.

Em 2013, a Food & Drug Administration tirou a 23andMe do mercado norte-americano, alegando que a empresa não ter realizado estudos científicos que comprovem a exactidão dos métodos de análise. A 23andMe virou-se para outros mercados -hoje em dia, ela oferece seus serviços em mais de 50 países – e, em 2015, recebeu autorização da FDA para voltar a operar também nos Estados Unidos.

Agora, anunciou uma parceria com a GlaxkSmithKline (GSK), que conta com 99 mil funcionários, fatura US$ 40 bilhões por ano e é uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo. Pelo acordo, a GSK irá investir US$ 300 milhões em 23andMe, e em troca, você terá acesso ao DNA dos clientes dela – cerca de 5 milhões de pessoas. O negócio tem gerado polêmica nos Estados Unidos, porque o que adquiriu o serviço de 23andMe, provavelmente, não sabia que seu DNA seria compartilhado com outras empresas – embora esta possibilidade constasse do contrato de uso (que muito poucas pessoas leem).

A privacidade da informação genética é um tema sensível, já que o DNA de uma pessoa pode ser utilizado contra ela: os planos de saúde podem cobrar mais caro de quem é predisposto a determinadas doenças ou comportamentos, e este mesmo critério poderia ser adotado pelas empresas para vetar a contratação de alguém. Num cenário mais radical, os dados genéticos também podem ser utilizados pelos governos xenófobos ou de inclinação eugênica.

A 23andMe tentou rebater as críticas afirmando que seus clientes podemoptar por entrar ou saira qualquer momento” do programa de intercâmbio de DNA. No entanto, uma análise dos termos de uso da 23andMe, feita pelo site americano The Outline, revelou que não é assim. Um trecho chama a atenção: “o que acontece se você NÃO está de acordo em ser [o projeto] 23andMe Research? (…) Os seus Dados Pessoais não serão utilizadas. No entanto, a sua Informação Genética, e a Informação Voluntária que você forneceu, ainda assim, podem ser usadas e compartilhadas com terceiros”. (grifo nosso)

Em nota, a Glaxo, afirmou que “a proteção da privacidade dos clientes é a prioridade mais alta”, e que “a informação [genética] são descaracterizadas, de forma que nenhuma pessoa pode ser identificada por GSK”. Segundo a empresa, o DNA das pessoas que se usa para o desenvolvimento de novos medicamentos – o primeiro deles é um inibidor de LRRK2, gene que pode estar relacionado com a doença de Parkinson.

Fonte: Portal Do Super Interessante

Fonte: panoramafarmaceutico.com.br/2018/08/03/23andme-vai-entregar-dna-dos-seus-usuarios-para-gigante-farmaceutica

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