O aumento das cavidades de crianças não vacinadas criou um caminho para os surtos de sarampo que estão chegando a vários países ao redor do mundo hoje em dia. No Brasil, segundo dados do Programa Nacional de Imunização, foram pouco mais de 940 mil crianças que não receberam a primeira dose da tríplice viral entre 2010 e 2017, para a prevenção do sarampo, acima e a rubéola. Com isso, em 2018, o Brasil viveu um surto de sarampo, com 10.262 casos confirmados.
“O terreno para os brotos globais de sarampo que estamos presenciando hoje em dia tem estabelecido anos atrás”, disse Henrietta Fore, diretora executiva do UNICEF. “O vírus do sarampo, sempre encontrará em crianças não vacinadas. Se levamos a sério a prevenção da disseminação desta doença perigosa, porém evitável, temos que vacinar todas as crianças, tanto em países ricos como em países pobres”.
Nos primeiros três meses de 2019, mais de 110 mil casos de sarampo foram registrados em todo o mundo – um aumento de quase 300% em relação ao mesmo período do ano passado. Estima-Se que 110 mil pessoas, a maioria crianças, morreram de sarampo em 2017, um aumento de 22% em relação ao ano anterior.
Duas doses da vacina contra o sarampo são essenciais para proteger as crianças da doença. No entanto, devido à falta de acesso a sistemas de saúde precários, a complacência e, em alguns casos, o medo ou ceticismo em relação às vacinas, a cobertura global da primeira dose da vacina contra o sarampo foi de 85%, em 2017, número que se manteve relativamente constante na última década, apesar do crescimento da população. A cobertura global para a segunda dose é muito menor, com 67%. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda um limite de 95% de cobertura vacinal para conseguir a imunidade coletiva ou o “efeito rebanho”.
O Ranking dos dez países de renda alta, onde as crianças receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo, entre 2010 e 2017 1. Estados Unidos: 2.593.0002. França: 608.0003. Reino Unido: 527.0004. Argentina: 438.000 5. Itália: 435.0006. Japão: 374.0007. Canadá: 287.0008. Alemanha: 168.0009. Austrália: 138.00010. Chile: 136.000
Em países de alta renda, enquanto que a cobertura da primeira dose é de 94%, a cobertura para a segunda dose cai para 91%, de acordo com os dados mais recentes.
Os Estados Unidos encabeçam a lista de países de alta renda, com o maior número de crianças que não receberam a primeira dose da vacina entre 2010 e 2017: mais de 2,5 milhões. O país é seguido pela França e o Reino Unido, com mais de 600 mil e 500 mil crianças não vacinadas, respectivamente, durante o mesmo período.
Em países de renda baixa e média, a situação é crítica. Em 2017, por exemplo, a Nigéria teve o maior número de crianças menores de 1 ano de idade que não receberam a primeira dose da vacina: quase 4 milhões. Seguida pela Índia (2,9 milhões), Paquistão e Indonésia (1,2 milhões cada um) e Etiópia (1,1 milhões).
Os níveis de cobertura da segunda dose das vacinas contra o sarampo são ainda mais alarmantes. Dos 20 primeiros países com o maior número de crianças não vacinadas em 2017, nove não foram introduzidas na segunda dose. Vinte países da África ao sul do Saara não introduziram a segunda dose necessária no calendário nacional de vacinação, a colocação de mais de 17 milhões de crianças por ano em alto risco de contrair sarampo na infância.
O UNICEF, com parceiros como a Iniciativa contra o Sarampo e a Rubéola e a Gavi, a Aliança de Vacinas, está ajudando a resolver esta crise do sarampo:
- Negociando preços das vacinas: o custo da vacina contra o sarampo está agora no nível mais baixo de todos os tempos;
- Ajudando os países a identificar as áreas mais pobres e as crianças não-alcançados;
- A compra de vacinas e outros produtos de imunização;
- Apoiando campanhas suplementares de vacinação para suprir as lacunas na cobertura de imunização de rotina;
- Trabalhando com os países relevantes para introduzir a segunda dose da vacina contra o sarampo no calendário nacional de vacinação. Camarões, Libéria e Nigéria estão no caminho de fazê-lo em 2019.
- Introduzindo inovações, como o uso da energia solar e o uso de tecnologias móveis, para manter as vacinas à temperatura certa.
“O sarampo é altamente contagioso”, disse Fore. “É fundamental não só aumentar a cobertura, mas também manter as taxas de vacinação em doses corretas para criar um guarda-chuva de imunidade para todos”.
#Vacinasfuncionam – O dia 24 de abril, o UNICEF lançou uma campanha global para enfatizar o poder e a segurança das vacinas entre os pais e, mais amplamente, entre os usuários das redes sociais. A campanha será realizada durante a Semana Mundial de Imunização, entre 24 e 30 de abril, para difundir a mensagem de que as comunidades juntas, incluindo os pais, podem proteger todos por meio de vacinas.
As vacinas poupam até 3 milhões de vidas por ano, para proteger as crianças de doenças potencialmente letais e altamente infecciosas, como o sarampo, pneumonia, cólera e difteria. Graças às vacinas, menos pessoas morreram de sarampo entre 2000 e 2017 e a doença está a ponto de ser erradicada do mundo. As vacinas são uma das melhores ferramentas de saúde, em termos de custo-benefício, já inventadas – a cada US$ 1 gasto na vacinação infantil retorna até US$ 44 em benefícios.
Apesar de os benefícios das vacinas, estima-se que 1,5 milhões de crianças morreram por causa de doenças que poderiam ter sido prevenidas através da vacinação em 2017. Embora isso seja devido, em alguns países, a falta de acesso às vacinas, as famílias estão adiando a vacinação ou se recusa a vacinar seus filhos, por complacência ou ceticismo em relação às vacinas. Isso resultou em vários episódios, incluindo um alarmante epidemia de sarampo, especialmente nos países de renda mais alta. A incerteza sobre as vacinas nas plataformas de mídias digitais e sociais é um dos fatores que impulsionam essa tendência.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
Ver também: https: //panoramafarmaceutico.com.br/2019/03/28/santos-registra-primeiro-caso-de-transmissao-autoctone-de-sarampo/
“”
“”